Investigação apura suposto esquema de corrupção e extorsão dentro de presídio
Mandados estão sendo cumpridos pelo grupo de investigação do Ministério Público, com apoio da Polícia Civil. Buscas foram feitas na Casa de Prisão Provisória de Gurupi.
Mandados estão sendo cumpridos pelo grupo de investigação do Ministério Público, com apoio da Polícia Civil. Buscas foram feitas na Casa de Prisão Provisória de Gurupi.
Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (21) para investigar suposto esquema de corrupção dentro do sistema prisional do Tocantins. Os investigadores apuram crime de corrupção passiva e extorsão envolvendo policiais penais, detentos e seus familiares, para facilitar o acesso dos presos a celulares, alimentos e cigarros
A investigação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO), com apoio da Polícia Civil. A investigação apura possível prática de crime de corrupção passiva por parte de um policial penal e de extorsão por parte de alguns presos.
Um dos mandados foi cumprido na Casa de Prisão Provisória de Gurupi, no sul do estado. A Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) disse que já instaurou sindicância investigativa para apurar qualquer responsabilidade por parte do servidor investigado. A pasta disse ainda que está colaborando com as autoridades e reafirma o compromisso com a transparência, integridade e resolução dos fatos.
Ainda foi apurado que o servidor público, que trabalha no presídio de Gurupi, além de solicitar diretamente vantagens indevidas, também fazia “vistas grossas” para extorsões praticadas por presos contra outros detentos e os seus familiares, contribuindo para a ocorrência destes crimes.
Conforme o MPE, o servidor público teria realizado cobranças à família de um preso com o objetivo de oferecer proteção e o acesso a alimentos, cigarros e aparelho celular. Diversos presos também pagavam para ter acesso temporário ao celular e realizar ligações.
Nas investigações, foram comprovadas transferências e depósitos bancários realizados a título de extorsão. As práticas irregulares teriam ocorrido ao menos entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021.
A operação foi chamada de Iscariotes, em referência ao apóstolo que traiu Jesus por 30 moedas de prata.